quinta-feira, 8 de maio de 2008

Jornalismo

Antes de contar mais detalhes sobre o trabalho de "pião", vou falar um pouco sobre meu trabalho "de verdade". Um dos motivos pelo qual escolhi Londres, aos invés de ir morar nos Estados Unidos por exemplo, foi a possibilidade de continuar atuando na minha real profissão de jornalista. Afinal, existem vários jogadores brasileiros atuando no futebol europeu e outros diversos eventos esportivos acontecendo por aqui. Com isso, eu e o Lelê já planejávamos fazer uns frilas por aqui. E, graças a Deus, estamos conseguindo fazer alguma coisa nesse sentido.
No meu caso, eu tenho feito umas matérias para a revista e para o site da "Placar". Antes disso, também escrevi para o "Agora São Paulo", o jornal que eu trabalhei antes de vir para cá.
Aliás, essa é uma das poucas maneiras de assistir a um jogão aqui sem desembolsar uma grana alta, já que os ingressos são vendidos apenas para sócios dos clubes na maioria das partidas. Estou unindo o útil ao agradável. Mas, mesmo sendo jornalista, não é tão simples conseguir um lugar no estádio. O credenciamento para a Eurocopa, que será disputada na Áustria e na Suíça em junho, terminou em janeiro, por exemplo. Daqui a um mês, estarei lá trabalhando. Para ir aos jogos da Champions League, o pedido precisa ser feito separadamente para cada duelo junto à assessoria de imprensa do clube, que pede um fax e várias informações antes de aceitar. Já fui em alguns jogos aqui nesse esquema (Tottenham 0 x 1 PSV, Brasil 1 x 0 Suécia, Arsenal 1 x 1 Liverpool, Chelsea 2 x 0 Fenerbahçe e Liverpool 1 x 1 Chelsea), mas também já fiquei na vontade em outro. Minha credencial para a partida de volta entre Manchester United e Barcelona foi negada porque houve muitos pedidos, e o clube deu preferência para os jornalistas locais.
Agora, é impressionante a diferença de organização entre os jogos no Brasil e na Inglaterra. Entre outras coisas, uma das que me chamou a atenção é o "programa" de cada jogo. Um livrinho, que é vendido para os torcedores (os jornalistas ganham), que contém diversas matérias, entrevistas, números, etc. Uma coisa simples, bem feita, que faz o clube arrecadar dinheiro e que os torcedores guardam como uma lembrança.
O contato dos jogadores com a imprensa também é diferente. Antes da partida, sempre há uma entrevista coletiva oficial. Depois do apito final, os jogadores falam em uma zona mista na saída do estádio. Claro que com os brasileiros o contato é sempre bem mais tranqüilo.
O ambiente nos estádios ingleses também é sensacional. A torcida do Liverpool é empolgante, acho que só vi coisa parecida com o Boca Juniors no La Bombonera. Os caras cantam durante os 90 minutos e têm a música "You will never walk alone" como um hino. É difícil de explicar.
Apesar de estar sendo uma ótima experiência internacional no jornalismo, o trabalho não é fixo e o pagamento é feito em real. Com isso, fica impossível pagar todas as despesas aqui trabalhando apenas na minha área. Por isso, o trampo como cleaner é necessário para poder lucrar alguns pounds.

PS: Foi mal pela demora desse novo post, eu estava viajando e sem acesso à internet nos últimos dias. Mais para a frente vou escrever sobre Oslo (Noruega) e Copenhagen (Dinamarca), onde estive no último final de semana. Ganhar grana pra viagens como essa é minha motivação quando estou com a vassoura na mão trabalhando como cleaner...rs

TIAGO LEME

Vídeo: Sensacional torcida do Liverpool cantando "I will never walk alone", durante jogo contra o Chelsea, pela Champions League, no estádio Anfield Road.

Um comentário:

Anônimo disse...

e ai meninos que saudades!
adorei o blog.. inda mais pq na minha epoca ficavamos repetindo isso sem parar quando estavamos bebados e ficavamos pulando o nada hahaha!!

adorei todos os posts!
um beijao e muito sucesso